sábado, 15 de novembro de 2008

ARTIGO - CONEXÃO POLÍTICA/FUTEBOL

Ei, filma nós. Filma que aqui tem coisa! E assim outra vez, ocupamos “generosos e notáveis” espaços na mídia nacional e agora em dose dupla. A bombástica - porém aguardada - notícia da cassação do governador e de quebra um senador, uma suplente de deputado e um suplente de suplente (esquisito isso!), é um estouro que rompe nossos já desassossegados ouvidos e juízos de aldeãos guaporeanos.
Na agüentamos mais! É um tal “caça-descaça” que bole com o quengo da nação karipuna. O cara anoitece cassado e antes do amanhecer, feito visagem, ou alguém ungido pela divindade judicial, nos bate à porta exibindo-se ressuscitado, tendo à mão, uma liminar em forma de “alvará do tô de volta”. O cheiro de possível eleição em dezembro, toma conta do ar na cidade do shopping e da hidrelétrica, causando arrepios até mesmo nas paredes recém pintadas do Palácio Getúlio Vargas. Aquelas brincadeiras do vivo, morto - morto vivo, rouba bandeira, boneco duro, teje preso, ou então frases como “vá caçar coquinhos” ou ainda um filme “o dia da caça”, soam como verdadeiros verbos malditos, mantras do mal e indesejáveis pregações lá pelos corredores palacianos. Se pelas vias judiciais esse troço não se resolver e, pra não encher mais o nosso saco, achamos melhor convocar a Trinca de Reis do futebol Cruzeiro/Íbis/Tabajara pra decidir esse troço nos pênaltis. Aí eu quero ver! Aí não tem pra ninguém, pra ninguém mesmo! Nem pra gregos nem pra troianos, nem pra Obama nem pra bolivianos.
Cruzeiro (RO), Ibis (PE) e Tabajara - Casseta e Planeta (RJ) são de arrasar, formam na história do futebol brasileiro, o notável triângulo da regularidade, ou seja, há muito não sabem o que é ganhar um jogo. O representante de Rondônia está jejuando de vitórias há 3 anos e 5 meses. Em compensação tem uma mesa farta de derrotas e sobremesa de minguados empates. Seu artilheiro na temporada 2008 atingiu a marca fonemenal de 1 gol. Já vai longe o tempo em que o Cruzeiro local era tido como o “moleque travesso” e não respeitava os poderosos de outras épocas (moto, ferroviário, flamengo , botafogo, ypiranga).
Nos anos dourados (ou estrelados!), o time, por suas próprias, posses usava o impecável uniforme azul tal qual o seu homônimo de Minas Gerais e exibia craques refinados a saber: Zé Luiz (goleiro), Jorge Santos (zagueiro), Edílson e Joãozinho (armadores) dentre outros. Cria-se em torno do time estrelado daqui, um contraponto. Dia desses, sem ter roupa pra jogar, o elenco entrou em campo usando camisas e calções pretos. Isso em Belo Horizonte – pela histórica rivalidade com o Atlético (time alvinegro) - seria um desastre pior que ver secar a Lagoa da Pampulha. Um cruzeirense assistir o seu escrete trajado de Galo, seria um terremoto, uma hecatombe, uma praga do antigo Egito.
Para acerto de contas, ou melhor, prum tira teima pra ver quem é quem na tríade dos “sem vitória”, que tal um triangular entre os citados. O duro num torneio desses seria a ausência de emoções como gols, vitórias, vibrações, volta olímpica, etc. Entretanto sobrariam as jogadas hilárias com direito a chutes de canela e caneladas, pisadas na bola, gols perdidos e candidatíssimos a bola murcha do fantástico. Ei filma nós! Filma que aqui tem coisa!
(*) O autor é músico e vice-presidente da Fundação Iaripuna.

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